Aconteceu no auditório da Escola Secundária de S. Pedro do
Sul, em 22 de Junho, a última de cinco conferências temáticas, no âmbito da
candidatura à Câmara Municipal de Vítor Figueiredo.
Sob moderação da Dr.ª Lurdes Meneses, começou por intervir o
Dr. Alexandre Osório, coordenador da Universidade Sénior (US) da Curia, Anadia,
que se pronunciou sobre a sua vasta experiência no ensino não-formal dirigido
aos maiores de 50 anos de idade. Depois de enquadrar o funcionamento da US da
Curia, sabendo da realidade etária de S. Pedro do Sul e sabendo da presença
entre a assistência da coordenadora da US sampedrense (uma iniciativa dos atuais
vereadores socialistas, diga-se), o palestrante propôs a itinerância da US
pelas freguesias, em função do público-alvo. Quanto aos formadores, tanto
poderão ser voluntários, como pagos, dependendo do orçamento e fontes de
financiamento, ainda que na Curia privilegiem cada vez mais o voluntariado.
Já o Dr. Rui Santos, com currículo invejável na área do
ensino e gestão educativa e com participações relevantes em decisões de
dimensão nacional, começou por fazer o enquadramento histórico e evolutivo da educação
em Portugal. Com base em dados da OCDE, demonstrou o pormenor de Portugal ter
sido o país europeu que mais investimento relativo fez e mais evoluiu na área
da educação nos últimos 30 anos. Por exemplo, se em 2002 Portugal possuía 20%
da população com formação secundária, dez anos antes possuía apenas metade! E,
por isso, lamentou (como todos nós lamentamos) que Portugal exporte tanta
mão-de-obra qualificada, sobretudo licenciada, muita dela fazendo falta ao
próprio país. Daí as entidades deverem olhar para as conclusões da Estratégia
de Lisboa, que definiu metas. E daí, também, as câmaras municipais deverem
olhar para a formação profissional, intervindo nomeadamente nos Conselhos
Municipais de Educação.
Por fim, o Dr. Acácio Pinto, vice-presidente da comissão
parlamentar da educação na AR, começou por afirmar que é a educação que pode
garantir mais igualdade de oportunidades entre as pessoas. E se a educação é
uma competência maior do Governo, ela compete também aos conselhos municipais,
já que são plataformas onde se definem estratégias de política educativa para
os concelhos. Por outro lado, no Conselho Geral de Escola (outro órgão decisor)
tem também assento um representante da Câmara Municipal, pelo que, também neste
órgão, a autarquia pode fazer valer ideias ou colhê-las. Contudo, atendendo ao
contexto de crise socioeconómica que vivemos, cabe à Câmara Municipal
desempenhar um papel relevante na área social e escolar, para além de continuar
a comprometer-se com a aprendizagem ao longo da vida, como enfatizou o primeiro
orador.
Seguiram-se questões colocadas por vários assistentes. Entre
elas da parte do Presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação de
S. Pedro do Sul. Com conhecimento de causa, outro interveniente garantiu que o
Conselho Municipal de Educação de S. Pedro do Sul não funcionava bem e que
deveria ser revisto. A todas as questões foram dadas respostas, sendo que, no
final, todos saíram com a noção de que tinha valido a pena assistir a esta
jornada de quase 3 horas.
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